A palavra Bullying é derivada do verbo inglês Bully, que significa usar a superioridade física para intimidar alguém. Também tem valor de adjetivo, com o significado de “valentão” e/ou “tirano”. Não há tradução para a palavra Bullying na língua portuguesa, mas de maneira geral, ela esta associada a ações como colocar apelidos, ofender, humilhar, discriminar, excluir, isolar, ignorar, intimidar, perseguir, assediar, aterrorizar, amedrontar, dominar, agredir, bater, chutar, empurrar, ferir, roubar, etc.
O termo Bullying compreende todas as formas de atitudes agressivas, (física, mental ou material) intencionais e repetidas, que ocorre sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre estudantes e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.
Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamentos e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de Cyberbullying.
Na Internete no celular, mensagens com imagens e comentários depreciativos se alastram rapidamente e tornam o Bullying ainda mais perverso. Como o espaço virtual é ilimitado, o poder de agressão se amplia e a vítima se sente acuada mesmo fora da escola. E o que é pior: muitas vezes, ela não sabe de quem se defender.
Quando se configura crime digital, a recomendação do Comitê gestor de Internet no Brasil (WWW.egi.br), em caso de ameaças pela internet é procurar a delegacia de polícia para investigação.
A necessidade de dominar, controlar ou exercer sobre o outro é histórica e ocorre desde os primórdios da civilização, fazendo parte da natureza humana em busca da classe dominante, da superpotência, sempre impondo em contrapartida a impotência, fragilidade e o medo. Há quanto tempo se fala sobre os fortes e fracos? 1º Mundo e o resto do mundo? Desde quando se determinam padrões de beleza e inteligência? A quem serve o capitalismo e consumismo? Todos esses padrões de comportamento aprisionam, oprimem, desqualificam, desvalorizam, agridem a alma do ser humano impondo medo, angústia e gerando ódio, enfim, reprimindo sentimentos.
Como reagirmos a estas pressões? Com violência e agressividade, com o intuito de ferir para se proteger. Portanto o Bullying surge hoje como algo novo, porém reproduz atitudes antigas que sempre permearam as relações humanas como: desrespeito, autoritarismo, isolamento social, agressividade e intolerância.
As práticas da violência, discriminação e preconceito, vivenciadas pelo educando no cotidiano da escola, têm se apresentado como um grande desafio para a equipe gestora, professores, comunidade escolar e pais.
Tais práticas, muitas vezes, podem desencadear traumas ao longo da vida. O Bullying é um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola, pode trazer um trauma mais forte, revelando-se em sintomas psicossomáticos (dores de cabeça, insônias, vômitos), psicológicos (tristeza, desamparo ou até pensamentos suicidas) e nos resultados escolares (desmotivação, insegurança e notas baixas).
É nítido que precisamos compreender e buscar medidas para sensibilizar e conscientizar vítimas e agressores deste sistema. Há necessidade iminente de buscarmos um novo olhar para os indivíduos/sociedade contribuirmos com programas e projetos que envolvam ações conjuntas e compartilhadas, com foco na solidariedade, tolerância, respeito às diferenças e saberes, no dialogo, na construção da cidadania através de escuta qualificada e reflexiva.
É interessante descrever que a prática do Bullying atinge a estudantes, professores e a todos funcionários de educação.
O colégio São João Gualberto tem desenvolvido trabalhos de conscientização acerca do Bullying, atravéz de reflexões com os estudantes, trabalhos acadêmicos, palestras com profissionais internos e pais e atividades extraclasse.
Profª. Ana Maria Siniscalco Gasparini
Orientadora Educacional
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