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               João Gualberto foi um monge beneditino, conhecido por ter perdoado o matador de seu irmão. Nascido em Florença, e membro de uma família Visdomini, tinha uma vida mundana até a morte do seu irmão Hugo.
 
               São João Gualberto recusou a procura da vingança e teve uma visão, na qual Cristo na Cruz  balança a cabeça em reconhecimento e aprovação de seu nobre ato. Ele então foi para o Monastério dos Beneditinos em San Miniato em Florença e enquanto orava perante o crucifixo, foi envolto em uma graça muito especial e ficou convencido que devia entrar para a ordem. Ele pediu ao Abade para ser admitido, mas este recusou com medo da reação de seus pais. Para demonstrar a sua seriedade, ele raspou a sua cabeça e pôs um hábito que havia pedido emprestado. O Abade finalmente aceitou sua admissão.
 
               Por alguns anos, João Gualberto permaneceu em San Miniato e teve uma vida de penitência e de um monge exemplar. Esperava terminar ali os seus dias, mas quando o Abade faleceu, ele pressentiu que iria ser indicado como o novo Abade e então saiu da ordem para levar uma vida contemplativa. Por um tempo ele ficou com os frades Damaldoleses na Abadia de São Romualdo, mas depois decidiu fundar uma nova associação com regras mais rígidas.
 
               A abadessa de Santo Ellero deu a ele alguma terra no Vale de Umbrosa (Vallombrosa), onde, com a ajuda de companheiros, ele construiu um pequeno e despretensioso monastério de madeira. Os monges seguiam a risca a austera Regra de São Benedito a exceção da expressa provisão que admitia a conversa e que irmãos leigos podiam fazer trabalhos manuais e a livre escolha dos monges dos horários de trabalhar, contemplar e orar.
 
               Ele se dedicava aos pobres e a humildade. Ele nunca se tornou um padre e de fato recusou a receber as menores condecorações e homenagens. A Ordem de Vallombrosa inspirou outras comunidades a fundarem hospitais para os pobres e doentes. Eles faziam parte de uma nova ordem com as Regras de São João Gualberto e inspiraram reclamações e choques de jurisdição dos seus rivais. Com isto e outros problemas, São João Gualberto ficou envolvido no movimento de reforma da igreja para o qual ele foi indicado pelo Papa Leão IX. Outros monastérios foram estabelecidos e em todos os casos, São João Gualberto insistia que as casas fossem construídos com modéstia, simplicidade e tão barato quanto possível e que o dinheiro economizado deveria ser doado para os pobres. Era tal o seu zelo pela caridade, que várias vezes ele dava parte do suprimento do monastério, especialmente alimentos e óleo para as lamparinas, aos pobres que vinham aos seus portões e mandava os monges compensarem com jejum. A área, na qual os monastérios eram construídos, em geral eram selvagem e barrenta, mas ele e os outros monges plantavam plantas variadas e pinheiros, transformando-as em lindos parques.
 
               São João Gualberto ficou tão conhecido pela sua visão, milagres e profecias, que o Papa São Leão IX viajou especialmente de Roma a Passignano para falar com ele e assim também o fez o Papa Stêvão X.
 
               Anos mais tarde, o Papa Alexandre II atribuiu a ele, a erradicação do deboche e do nepotismo na Igreja.
 
               Mesmo sendo respeitado pelos papas, São João Gualberto conservou a sua humildade. Morreu em Passignano aos 80 anos em 1073. A congregação Beneditina fundada por ele se espalhou através da Toscana e Lombardia e existe até hoje, inclusive com mais seis monastérios.
 
               Na arte litúrgica da Igreja ele é mostrado como um velho abade segurando um livro ou pisando em um herege, ou com um crucifixo que se inclina em sua direção ou ainda como um jovem perdoando a um assassino.
 
               João Gualberto foi canonizado em 1193 Pelo Papa Celestino III. Foi indicado como patrono dos guardas florestais, e trabalhadores em parques, e engenheiros florestais.
 
               Sua festa é comemorada no dia 12 de julho.
 
 
FONTE: Alexandrina de Balasar
 

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